Abstract The Art of Design: o Ilustrador Christoph Niemann

Conheça o trabalho, a vida e o processo criativo do ilustrador Christoph Niemann.

Parte do trabalho do premiado artista, ilustrador e autor, Christoph Niemann é: Tentar resolver grandes questões sobre como contar uma história através de imagens, antes mesmo de conhecermos sua trama.

Nascido e criado no sudoeste da Alemanha, Christoph cresceu desenhando objetos dinâmicos com a preocupação de sempre acertar as proporções e escalas, pois gostava mesmo era da realidade e não da complexidade da arte.

Com sua paixão por desenhos, o futuro ilustrador resolver praticar o seu sonho na escola de artes da Alemanha e declara que desde o começo de sua vida profissional, 30% dos seus clientes tinham como perspectiva final o resultado de um bom trabalho e gostariam que ele fizesse algo legal e criativo, enquanto 70% foram clientes que tinham uma semana até o prazo final e contavam com ele para salvar o projeto.

Christoph conta que gostava dessa pressão, na sua opinião os melhores desenhos já feitos por ele foram próximos a deadline, com muita pressão e mau humor, e quando isso não acontece, tem a certeza de que a ilustração não ficou boa o bastante, pois não acredita nesta história de “relaxe e não exija tanto de você”.

Christoph Niemann busca dominar a linguagem visual, como um pianista domina o piano.

Maníaco por controle e organização de prazos, o sonho de Christoph é criar uma fórmula mágica para fazer a inspiração aparecer, mas como sabe que isso é impossível, acredita que o não-planejamento nos leva a um novo mundo, onde você pode até não gostar no começo, mas que coisas mágicas acabam acontecendo e um desenho que nos faz sentir vivos aparece.

Processo Criativo

Disciplinado, seu processo criativo resume-se das 9h às 18h, pois tudo que acontece entre esse horário é essencial. Ele senta em sua mesa apenas com a companhia de sua cafeteira, seu computador e basicamente desenha, desenha e desenha, esperando que algo louco e muito bom aconteça na folha de papel em branco.

“Algumas coisas devem acontecer fora do estúdio das 9 às 18h, como ir ao museu e experimentar a arte” – C. Neimann

Abstract (abstrato) para o ilustrador significa livrar-se de tudo que não é essencial, e principalmente da necessidade de ter uma inspiração, pois como dizia o pintor e fotógrafo Chuck Close: “Inspiração é para amadores, nós profissionais vamos trabalhar!” O que de certa forma conforta e alivia a consciência controladora de Christoph Niemann, pois mostra que não é sobre sentar e esperar a inspiração e sim sobre sentar, começar a praticar e esperar que o melhor aconteça.

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Em seus tempos de faculdade, o artista conta ter sido aluno do ilustrador e designer, Heinz Edelmann, responsável pela arte de um dos singles mais famosos dos Beatles, “The Yellow Submarine”, mas que ele não o encorajava e seus elogios sobre o trabalho de Neimann eram sempre algo como “Ok, não temos nada de errado aqui”

A falta de encorajamento de Heinz desencadeou em Christoph a vontade de ser cada vez melhor, resultando em diversos projetos bem sucedidos, livros com milhões de cópias vendidas e 22 capas da revista norte-americana The New Yorker, que publica críticas, ensaios, reportagens investigativas e ficção, com um toque de humor sofisticado e inteligente.

The New Yorker

Segundo Niemann, as capas da The New Yorker, além de ser o seu trabalho preferido, pelo fato de serem sempre estimulantes e nunca se tornarem fáceis e repetitivas, são as mais importantes para um ilustrador, pois com o seu desenho na capa, o público logo enxerga sua história, seu estilo e o impacto visual e cultural que ele visa emplacar.

Em especial, sua primeira capa da revista americana coincidiu com o dia de seu casamento, tornando-se duplamente importante, mas a que mais toca e emociona o ilustrador do primeiro episódio da série originalmente produzida pela Netflix, é sua segunda capa.

Sua ideia era desenvolver o “ícone” de um ícone, então utilizou a primeira capa desenvolvida pelo designer gráfico Rea Irven como inspiração, um artista visual que apresentou um boêmio nova-iorquino de cartola e monóculo, por onde observava uma borboleta.

O conceito de fazer o ícone de um ícone resultou em Eustace Tilley (o indivíduo de cartola da primeira capa da revista) totalmente pixelizado, tendo sua borboleta transformada em um quadrado azul, onde só entenderia o conceito e a história da capa, quem conhecesse a primeira capa da história da revista, desenvolvida em 1925.

O que contribuiu para que o público da NY entendesse tão bem seus desenhos e o acolhesse de uma forma tão nativa, foi a sua imersão na cidade. Christoph Niemann se identifica e se conecta com ela, os seus trabalhos são repletos de elementos que se conectam com a cidade e até as suas cores preferidas tem tudo a ver com ela! Preto e amarelo, o contraste dos táxis com os prédios e do metrô com a plataforma.

Sunday Sketches

Após tantas edições e trabalhos feitos pelo mundo afora, o ilustrador sentia falta de algo, foi quando resolver lançar o projeto Sunday Sketches, que resultou em um livro que expõe toda a sua carreira: diversas observações e ilustrações da vida contemporânea, feitas a partir de objetos aleatórios e rascunhos de bordo, com uma narrativa que orienta o leitor através de seu processo criativo e sua forma de superar obstáculos internos e externos durante sua carreira.

Para participar do projeto Sunday Sketches, inspire-se na genialidade do primeiro ilustrador da série Abstract, do Netflix, faça algum desenho com um objeto aleatório que você encontre no seu dia dia e poste nas redes sociais (e principalmente no instagram) o desenho com a hashtag #SUNDAYSKETCHES!

Realidade Virtual – The New Yorker

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